Pensar a educação escolar constitui uma demanda necessária e permanente na busca de soluções face aos enormes desafios que caracterizam o trabalho educativo na sociedade contemporânea. E a formação de professores é uma componente de educação escolar que deve ser pensada e encarada com maior cuidado, tendo em conta o tipo do profissional que dela resulta, bem como o compromisso político e técnico-pedagógico necessários para o futuro professor no desempenho das suas funções docentes. Neste artigo resgata-se uma reflexão relativa à forma como os processos formativos estão sendo concebidos e conduzidos em termos pedagógicos na atualidade. Trata-se de uma contribuição para a formação de professores, uma área cujas últimas décadas tem sido marcada pelas teorias pedagógicas do “aprender a aprender”, onde a preocupação é de formar um professor reflexivo, cuja pedra angular do processo centra-se no aluno. Desta forma, a discussão aqui resgatada é necessária objetivando compreender o que está por detrás dessa concepção pedagógica. Como base metodológica neste estudo está o materialismo histórico-dialético, através dos fundamentos da pedagogia histórico-critica, uma teoria pedagógica que se mostra coerente nas suas contribuições, ajudando a compreender o objeto em alusão. A fonte de dados neste estudo é de natureza bibliográfica. Com efeito, os dados conduziram a conclusão de que, por detrás da pedagogia do “aprender a aprender ” há uma ideologia oculta de esvaziar os conteúdos escolares, os clássicos, e descaracterizar a função do professor, bem como o papel social da escola, condicionando assim a formação intelectual e a humanização do homem, pois isso interessa e muito à classe dominante.