Tendo em vista que as aulas de Língua Portuguesa não devem mais se render a uma visão eurocêntrica em que somente o trabalho com o ensino de gramática pode expressar conhecimento, conforme entendido por muitos anos (VERONELI, 2021), este trabalho discute como a produção de podcast pode viabilizar debates de modo a desconstruir a colonialidade da linguagem e promover maior envolvimento dos estudantes e dos professores com as práticas sociais. Para exemplificação foram selecionados dois podcasts produzidos por estudantes do 1º Ano do Ensino Médio de uma escola pública do Estado de Minas Gerais, abordando os temas preconceito com mulheres negras e homofobia. Tomando por base as contribuições de Maldonado-Torres (2019), Gonzales (2020), bell hocks (2020), Fanon (2022) dentre outros que buscam contribuir com o giro decolonial, é possível avaliar como os estudantes expressam suas angústias por meio do gênero oral, levando o professor a refletir a importância de abrir espaços para debates que envolvam temas que necessitam de uma postura crítica em relação a eles e promovam práticas mais decoloniais. O trabalho possibilitou avaliar como os professores podem agir nas brechas (DUBOC, 2020), promovendo letramentos de resistência (SOUZA, 2019) e levando os alunos a debaterem criticamente temas que são propulsores de violência nos mais diversos ambientes e principalmente no ambiente escolar.