Este relato de experiência pedagógica objetiva refletir sobre a realização de uma oficina interdisciplinar, com estudantes do 2º ano do Ensino Médio, na Escola Estadual Professora Maria Edilma de Freitas, em Pau dos Ferros - RN. A proposta emerge como uma maneira prática de investigar e experimentar os conteúdos teóricos, soluções e culturas indígenas e africanas, abordados, respectivamente, nos componentes curriculares química e arte. A oficina foi ministrada em quatro etapas: 1) contextualização dos conteúdos; 2) misturas de solutos e solventes para obtenção de soluções, que neste caso são tintas produzidas com pigmentos naturais, tais como, carvão, café em pó e temperos naturais; 3) utilização das tintas produzidas na fase anterior para a composição de telas, com padronagens e grafismos inspirados nas culturas indígenas e/ou africanas; 4) por fim, o projeto culminou com a exposição das obras e a avaliação da oficina. O referencial teórico-metodológico do relato se fundamenta nos estudos de VIEIRA (1996), ao explicitar a relevância das oficinas de estudo no ensino básico, de FAZENDA (2008) e MOURA et al (2021), ao discutir o conceito de interdisciplinaridade como uma atitude para a articulação de uma educação ética, estética e humanista, no trabalho artístico de GALDINO (2022), ao instigar processos criativos com pigmentos minerais. A oficina pedagógica, além de proporcionar a interdisciplinaridade, possibilitou relacionar a teoria à prática por meio das experimentações em que houveram misturas de cola/solvente com corantes naturais/soluto, estimulando, dessa forma, processos criativos, assim como o debate sobre sustentabilidade e a valorização dos recursos naturais.