A cidade, no contexto da formação educacional do indivíduo, é objeto de conhecimento quando se situa como importante mediadora nos processos de aprendizagem, os quais possuem relação com um agrupamento de variáveis temáticas, relevantes à educação geográfica. Em 1990, o ideal de “cidades educadoras” surge na Declaração de Barcelona, como um propósito objetivado e experienciado através das ações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A Educação Geográfica, em seu âmago, busca propiciar, aos educandos, possibilidades concretas em sua formação educacional e pedagógica, de maneira autônoma e reflexiva, capazes de desenvolver ferramentas intelectuais para fazer as abstrações necessárias e trabalhar com os conceitos científicos. Simultaneamente a essa realidade, a Educação Geográfica é capaz de promover o vínculo entre os conceitos científicos e os saberes do educando, provenientes de sua vivência na cidade. É neste sentido que buscamos aqui analisar a metodologia Reggio Emilia, desenvolvida nas escolas da cidade de mesmo nome na Itália, enquanto abordagem pedagógica, que objetiva ensinar aos educandos a dominar e desenvolver suas aptidões psicológicas, físicas e emocionais, além de valorizar suas potencialidades, em sua fase inicial de formação. O educador italiano, Loris Malaguzzi, liderou o projeto pedagógico de Reggio Emilia, iniciado no pós-Segunda Guerra Mundial, desenvolvendo um modelo de escola no qual as crianças a tinham como um lugar de direito à infância, que podiam manifestar seus olhares a respeito da cidade, lugar de sua vivência. Para tanto, utilizamos uma análise bibliográfica e documental como procedimentos para o levantamento qualitativo, objetivando apresentar os caminhos e resultados dessa prática metodológica difundida e estudada mundialmente.