Este artigo articula o sujeito histórico e cultural de Vigotski com a valorização social e cultural do convívio com o meio natural, concebendo o ambiente e a exposição escolar à ambientação natural (flora e fauna) como signos e instrumentos de mediação sociocultural na educação ambiental. Partimos dos estudos que constatam que as crianças contemporâneas estão cada vez mais privadas do convívio com ambientes naturais preservados; privadas da interação direta com eles. Desenvolvemos a evidência de este distanciamento trazer prejuízos para o desenvolvimento de habilidades emocionais, físicas, sociais e cognitivas. A metodologia empregada foi de cunho qualitativo, baseada na abordagem histórico-cultural e na educação ambiental crítica, embasadas em brincadeiras com a natureza, no jardim de uma escola pública. Local, que possibilitou a observação das narrativas das crianças a partir da interação com a natureza. Deste modo, a pesquisadora criou um diário de bordo ao observar o contato e as experiências das crianças vivenciadas no jardim. Em se tratando da interseção entre crianças tão pequenas e a educação ambiental torna-se ainda mais relevante essa preocupação, visto que a criança se apresenta como um ser em desenvolvimento, mas carregado de experiências, construtor de cultura (VIGOTSKI, 2012). Ela, como sujeito, acaba sempre por demonstrar seu fascínio com o ambiente natural (a mais simples experiência docente demonstra isto), o desejo expansivo pelos animais, pela água, pela terra, pelo sol, pela chuva, pelas plantas, sua vontade de estar ao ar livre (TIRIBA, 2018). Nessa perspectiva, pretendemos propor a seguinte reflexão: como a brincadeira que envolve experiência/vivência corporal com a natureza media a aprendizagem em educação ambiental na infância?