A organização colonial pressupôs um acentuado desconhecimento da humanidade do Colonizado que ver no esse “objeto” ou “sujeito passivo”, por vezes, visto como não dotado de humanidade e nem cultura legítima, segundo a perspectiva do colonizador, que produziu literatura. Desse modo, na construção literária, por exemplo, a literatura pós-colonial do território moçambicano enfatizada pela autoria Lilia Momplé denuncia essa relação de poder na coletânea de conto Ninguém matou Suhura (2007). Nossa leitura, no presente estudo, não despreza a importância do contexto pós-colonial e linguístico-cultural, mas a construção do estilo da autora, considerado em perspectiva mais restrita: no conto Ninguém matou Suhura, de Momplé, que papel a imagem e o olhar desempenham na construção do sentido de Outrimização da personagem Suhura. Nesta perspectiva, nossa fundamentação teórica baseia-se à luz do pensamento de Fanon (2008) acerca da discussão do lugar dos sujeitos negros homem e mulher, como também, na perceptiva de Pinto e Ferreira (2014) e Hall (2005) na construção da identidade e nas relações de poder e nos mecanismos de poder ancoradas na ideia de Foucault (1987). A metodologia usada nesta comunicação oral biográfico-interpretativo e de cunho qualitativo (PAIVA, 2019). A análise nos mostra que é de suma importância aos discentes do curso de Letras, enquanto professores em formação, o conhecimento histórico-cultural da Literatura de expressão africana, em especial, de Moçambique, haja vista que a contribuição na educação para Lei. 10.639/2003 que exige a implementação e, conforme a BNCC, enfatiza a transdisciplinariedade intercultural.