Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o tempo e o espaço dedicados à prática da escuta em sala de aula. Por meio de pesquisa bibliográfica sobre o tema e de um relato de experiência, revisitam-se percepções docentes e teóricas sobre a escuta ativa e sua relação com a aprendizagem da Língua. O relato de experiência aborda uma prática de leitura e escuta de um romance em sala, na disciplina de Língua Portuguesa, em uma turma do 6º ano do Ensino Fundamental II. Perpassam as discussões trazidas questões como a valorização, de forma geral, de práticas de escrita em detrimento das de oralidade, na sala de aula; a demanda de tempo e estímulos para a aprendizagem da prática de escuta, na escola, por ela não ser uma atividade apenas intuitiva; e o fato de a escuta poder se dar em diferentes contextos e buscar diferentes objetivos, com seu ensino devendo ser pensado de maneiras diversas e específicas. Como resultado, o trabalho apresenta dois pontos centrais de conclusão: a importância do respeito às subjetividades de cada estudante ao se pensar em uma atividade, a como se sentem confortáveis e aos seus gostos; e como o ensino da escuta precisa ser pensado com finalidade em si mesmo, como prática.