Artigo Anais IX CONEDU

ANAIS de Evento

ISSN: 2358-8829

IDENTIDADE DOCENTE E PRÁTICA PEDAGÓGICA: O DESAFIO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA ALFABETIZAR E LETRAR EM CONTEXTO DE VULNERABILIDADE

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Publicado em 11 de dezembro de 2023

Resumo

Trata-se de um recorte dos resultados de pesquisa de doutoramento em psicologia somado à dados colhidos em processos formativos de professores de Educação Infantil e Anos Iniciais na rede pública do Distrito Federal. Teve como objetivo: investigar a repercussão das trajetórias social-familiar e de formação para a docência de professoras na construção e reconstrução de suas identidades docentes e em suas práticas pedagógicas, voltadas para a alfabetização de estudantes provenientes de contextos de desigualdades sociais. Teve como referenciais os pressupostos teóricos da Psicossociologia em diálogo com a Educação Libertadora. Utilizou-se a abordagem qualitativa em busca da construção de um conhecimento construtivo-interpretativo (González Rey, 2005). Verificou-se que, as identidades docentes das participantes foram fortemente marcadas pelas heranças familiares de mulheres cuidadoras; pelo incentivo e exigência familiar em relação aos estudos como estratégia de transformação de suas realidades sociais; e, pela identificação com seus professores desde o início da escolarização até a atualidade, revelando que se trata de uma identidade cambiante. Evidenciou-se que, os aspectos encontrados na composição da identidade docente impactam diretamente no estilo pedagógico e relacional adotados pelas professoras, demonstrando a relevância da inserção desta temática no currículo da formação profissional docente. Entende-se que, o desafio da formação de professores do início da escolarização, em especial na fase de alfabetização, demanda uma mudança paradigmática em que os processos subjetivos dos professores necessitam ocupar a centralidade. Sendo que, ir ao encontro do sujeito desejante do professor e da professora e suas histórias de vida, constituirá possibilidades de reconhecimento de suas escolhas inconscientes, podendo assim, substituir suas percepções ancoradas nas heranças familiares e culturais, por um pensamento conceitual capaz de desenvolver as competências epistêmicas, metodológicas, relacionais e afetivas inerente à sua profissionalidade, permitindo-lhes atuar efetivamente com a complexidade que envolve o processo de alfabetização e letramento em contexto de vulnerabilidade.

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