caráter relevante por entender que, como tantos outros contos de fadas, “João e Maria” guia a criança para que mediante mensagens simbólicas, ela possa tanto na sua mente inconsciente, quanto consciente abandonar seus desejos de dependência infantil e consiga uma existência satisfatoriamente segura e independente. O fio condutor desse estudo tem como objetivo geral, analisar o conto de fadas “João e Maria” pelo viés da Psicanálise, mais especificamente, identificar os conteúdos implícitos presentes no conto em análise, e por fim, examinar a importância do referido conto para a formação do inconsciente. Mediante uma pesquisa de natureza bibliográfica e exploratória, com uma abordagem predominantemente qualitativa, buscou-se aportes teóricos nos autores Chauí (1984), Lacan (1986/1999), Freud (1997), Garcia-Roza (2009) e Radino (2003). No entanto, a obra que proporcionou maior aprofundamento do conhecimento teórico do tema abordado nesse trabalho foi, sem dúvida, A Psicanálise dos Contos de Fadas do psicólogo infantil Bruno Bettelheim (2002), que oferece reflexões terapêuticas com base no modelo freudiano de Psicanálise. Ao longo do texto, apresenta-se uma reflexão sobre os conteúdos implícitos no conto e seus significados simbólicos, bem como, a ansiedade advinda do abandono dos pais e a separação da família, a voracidade oral descontrolado presente em “João e Maria” e a consequente ameaça de destruição, quando as crianças cedem aos impulsos da oralidade. E para concluir, destacou-se a troca da subserviência às pressões do Id pela ação harmônica com o Ego, quando pelo uso do raciocínio, as crianças vencem a bruxa, libertam-se e, conquistam a maturidade, simbolizada pelo tesouro encontrado na casa e, que as crianças compartilham com a família, ao retornarem à casa paterna.