Observando como a literatura enriquece a cultura popular do nosso país e como ela pode ser preconceituosa, este trabalho tem como tema central a Literatura de Cordel. O objetivo geral consiste em abordar duas faces de uma mesma literatura que enaltece a tradição popular de um povo e vai na contramão da formação de resistência deste. Como objetivos específicos visamos conceituar a problemática social do racismo estrutural; historicizar a Literatura de Cordel e sua contribuição para a cultura popular; analisar com os alunos do EJA Campo os cordéis “Peleja de Manoel do Riachão com o Diabo”, A Malassombrada Peleja de Francisco Sales com o Negro Visão”, “A chegada de Lampião no Inferno”, “A mulher que deu à luz a um satanás” e “Mariana e o Capitão do Navio”. Buscamos seus referenciais teóricos nos respectivos autores: Peter Burke (Cultura Popular); Clovis Moura (O Preconceito de Cor na Literatura de Cordel); Leandro Gomes de Barros, Francisco Sales Arêda, José Pacheco, José Soares, (cordelistas); Frantz Fanon (Racismo Estrutural). Tomamos como Metodologia a análise de diversos cordéis, cujos autores foram citados. Como resultado desta análise constatamos o quanto essa literatura popular é impregnada de preconceito. Esta analise não buscar dar uma característica destrutiva nem instrutiva à Literatura de Cordel, este estudo identifica os preconceitos que eram impressos na Literatura de Cordel, preconceitos que se apresentam de forma desfaçada nas rimas que tentam a todo instante estigmatizar o negro. A justificativa desses estigmas é a “deficiência” que o negro traz, a cor da pele.