A proposta deste trabalho é apresentar a experiência com a disciplina Educação para as Relações Étnico-raciais, nos Cursos de Letras, do Campus IV, da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), problematizando as implicações e contribuições que a disciplina tem trazido para a formação inicial destes futuros docentes. Para isso, partimos das narrativas dos/as estudantes que cursaram a disciplina nos semestres 2021.1 e 2022.2, período em que a disciplina foi ofertada, através da utilização de um questionário autoavaliativo semiestruturado, disponibilizado pelo Google Forms. A prática da autoavaliação ao final da disciplina é uma ação para repensarmos o sentido que a mesma ocupa na formação docente e na construção identitária dos sujeitos, embasada em uma reflexão ética e respaldada em nosso compromisso com uma educação antirracista e antidiscriminatória. A investigação é de cunho qualitativo, com pesquisa bibliográfica, a partir dos estudos de Gomes (2017), Santos (2011), Moreira e Candau (2011), e Ribeiro (2019) e da análise documental de legislações a exemplo da Lei nº 10.639/2003 e dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Letras do Campus IV. De acordo com as narrativas expostas pelos/as estudantes, identificamos que há uma reflexão-ação comprometida com a desnaturalização de preconceitos, discriminações e segregações em suas práticas pedagógicas, a desconstrução de fatos históricos eurocêntricos e do mito da democracia racial, o reconhecimento de seu pertencimento étnico-racial, inclusive em um processo de construção identitária positiva e a ênfase na importância da disciplina de forma obrigatória para todos os cursos de licenciaturas da UNEAL. Ressaltamos que nos Cursos de Letras Português e Inglês, a disciplina é obrigatória, já para o Curso de Letras Espanhol, a disciplina será ofertada como obrigatória a partir de 2024.