Saber as convenções da escrita em esferas sociais é extremamente importante, pois auxilia sua interação com o contexto. Dentro de um ambiente universitário isso não é diferente, aprender, compreender e produzir os gêneros textuais acadêmicos contribui para garantir a permanência nele. Dessa forma, ressalto a necessidade de entender como o aluno surdo desenvolve e constrói práticas letradas. Assim, esta pesquisa objetivou mapear e analisar publicações científicas recentes voltadas ao letramento de surdos no ambiente acadêmico. Para isso, buscou-se autores como Street (1984; 1995; 2004) e Kleiman (1995; 2005) que estudaram profundamente acerca do letramento e suas implicações na educação. Por meio de uma revisão sistemática da literatura, foram selecionados 15 (quinze) trabalhos, sendo extraídos os dados que compõem os resultados que são discutidos ao longo do texto. Destaco, dentre eles, a tese de doutorado de Pereira (2018) que investiga a relação entre o surdo formado no nível superior e o ensino formal de língua portuguesa, buscando entender como essa relação se dá com o processo de leitura e escrita desses alunos surdos graduados. A autora conclui que os dados revelam uma relação complexa entre esses surdos formados com a escrita e leitura da língua portuguesa. Eles não conseguem se expressar eficientemente na escrita, mesmo após anos inseridos no processo educacional da universidade, pois esse processo não considerou suas especificidades, recusando a eles o uso da LIBRAS, como caminho de acesso ao conhecimento da língua portuguesa. Diante disso, pode-se concluir que há um número considerável de trabalhos que pensam a língua de sinais como fundamental no processo de letramento acadêmico de surdos, havendo uma necessidade de profissionais que elaboram suas metodologias dentro dessa perspectiva. A temática é relevante e ainda há uma escassez de pesquisas que se debruçam nele, sendo necessárias novas pesquisas nessa perspectiva.