O presente artigo propõe-se a refletir sobre o modo como a poesia lírica, em especial a de Cecília Meireles, apresenta-se e é recebida pelas crianças na Educação Infantil. Visto que, apesar de constarem em marcos legais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e as DCNEIS, a necessidade de uma formação integral dos sujeitos, repercute-se em sua aplicação um ensino no qual fragmentam-se seus conteúdos em disciplinas, que pouco, ou nada, dialogam entre si, e cujos objetivos voltam-se, predominantemente, ao desenvolvimento da dimensão cognitiva em detrimento das demais dimensões responsáveis por possibilitar esse desenvolvimento integral. Desta forma, ao desenvolver-se enquanto pesquisa-intervenção, relacionada ao conceito levantado por Salustiano (2006), no qual seu significado refere-se a intercessão e mediação, conectadas a ideia de se estabelecer relações entre instâncias e sujeitos envolvidos em determinados processos; fundamentou a concretização de práticas orientadas pela necessidade de verificar, por meio da teoria da estética da recepção, as possibilidades de desenvolvimento desencadeadas pelo uso da Poesia Lírica, em todo seu viés artístico, enquanto recurso pedagógico, interativo às crianças. Fundamentando-se, para isso, na contribuição teórica de autores como: José (2003), Cunha (2005), Mello, Turchi e Silva (1995), Palmer (2012), Baptista, Petrovich e Amaral (2021) e Zilberman (1989).