Desenvolvidas através de oficinas e expedições, as atividades descritas atuam na intenção de abordar práticas e saberes da comunidade quilombola de Mituaçu, identificados pelos próprios moradores da região. O registro dessas memórias vem sendo feito desde 2017, quando o projeto de extensão Histórias de Quilombo teve seus primeiros encaminhamentos com os alunos da escola Ovídio Tavares de Morais, da modalidade EJA, que atuaram na produção imagética de práticas locais. Prezando o diálogo com a Antropologia Visual na metodologia utilizada, os alunos apontaram alguns locais dignos de registros em Mituaçu, considerando a importância que representam na vida e no construto da sua identidade, resultando em vídeos e fotografias feitas pelos estudantes quilombolas, a partir de troca de vivências entre moradores da comunidade e alunos da universidade. Em sua segunda fase, o projeto vem sendo executado com a participação de crianças do 5º ano da mesma escola, ainda sob a mesma perspectiva, realizando registros que estimulem e disseminem conhecimentos locais, tais como o manejo das plantas de usos tradicionais em Mituaçu, norteados pela contribuição de moradoras mais antigas da comunidade, na qual suas narrativas reacendem práticas ancestrais cruciais na sistematização dos produtos coletivos resultantes do projeto. A atuação das crianças é instigada na elaboração de desenhos, tintas naturais, pinturas e herbário, com o propósito de refletir sobre seu lugar de origem, seus olhares sobre o mesmo, sem deixar de lado a história local e suas influências nas trajetórias quilombolas.