O artigo, ora apresentado, é resultado de um projeto de extensão, que tem como propósito a realização de oficinas de braile e a construção de materiais didáticos voltados ao ensino de conceitos matemáticos para estudantes com deficiência visual. Participam do projeto estudantes da licenciatura em Matemática, professores e estudantes da Educação Básica, inclusive alguns deles com deficiência visual. Neste texto, o nosso objetivo é apresentar uma vivência a partir do desenvolvimento de recursos didáticos que possam contribuir com a aprendizagem de ideias associadas ao estudo de funções polinomiais por estudantes cegos ou com baixa visão. Para isso, foi construído um plano cartesiano tátil com o auxílio de uma estudante cega e de uma professora de Atendimento Educacional Especializado. Além da vivência, com uma estudante cega, o material também auxiliou no estudo desses conceitos por estudantes videntes do 1º ano do Ensino Médio. A maior preocupação era buscar meios que pudessem contribuir com a construção da ideia de função afim e de função quadrática e, ainda, assegurar-lhes a compreensão das propriedades e especificidades das curvas associadas a essas funções (reta e parábola). Percebemos que o manuseio do material ajudou bastante na compreensão desses temas pelos estudantes. A participante e a professora itinerante sugeriram a inclusão do braile nos pontos no início da aprendizagem e os estudantes relataram que com esse recurso a aula tornou-se mais fácil e dinâmica. Com este estudo, aprendemos que, embora ainda existam muitas dificuldades, que comprometem uma aula de Matemática verdadeiramente inclusiva, na qual todos os estudantes percebam-se inseridos, independente das suas especificidades, é possível assegurar condições equitativas de aprendizagem para todas as pessoas.