Dentre as inúmeras demandas atuais da escola, a busca por assegurar a todos os estudantes condições equitativas de aprendizagem, tem chamado a atenção de professores e pesquisadores. Interessa a escola do século tornar-se cada vez mais inclusiva, permitindo aos grupos historicamente excluídos do processo educacional as mesmas condições de aprendizagem que por muitos séculos tem sido ofertada a elite. Os estudantes com deficiência por um longo período foram excluídos da sociedade e da escola, sendo em muitas civilizações sacrificados ou deixados à margem. Particularmente, a aprendizagem de conceitos matemáticos dos estudantes com deficiência visual tem sido marcada por muitas intempéries, principalmente quando nos referimos aqueles temas nos quais os professores fazem grande apelo à visualização, como no caso interpretação e construção de informações estatísticas apresentadas por meio de gráficos e tabelas. Esse cenário tem nos motivado a desenvolver atividades capazes de contribuir com a melhoria desse processo. O artigo ora apresentado, é resultado de um projeto de extensão que tem como propósito a realização de oficinas de braile e a construção de materiais didáticos voltados ao ensino de conceitos matemáticos para estudantes com deficiência visual. Participam do projeto estudantes da licenciatura em matemática, Professores e estudantes da Educação Básica, inclusive alguns deles com deficiência visual. Nesse texto, apresentamos uma experiência de ensino de conceitos estatísticos com uma estudante com deficiência visual. Ainda, destacamos o processo de construção do recurso construído para esse fim que foi um tabuleiro tátil. Os resultados indicam que, quando estimulados eficazmente, o estudante com deficiência visual é capaz de aprender, conforme as suas especificidades e construir a “imagem” até mesmo dos conceitos que tradicionalmente são ensinados a partir da visualização.