O presente artigo tem como objetivo refletir sobre alguns aspectos que envolvem a Educação do Campo, com ênfase na formação docente, materiais didático-pedagógicos e transporte escolar. Para tanto, adotamos como recorte espacial a Escola Municipal de Santiago do Iguape, localizada numa comunidade quilombola no município de Cachoeira, no Recôncavo da Bahia. A comunidade de Santiago de Iguape é constituída por descendentes de pessoas que emergiram da escravidão, sendo reconhecida pela Fundação Palmares como Remanescente de quilombo. A pesquisa foi desenvolvida através de entrevistas realizadas com a gestora da unidade escolar, professores e alunos que sinalizaram para avanços e impasses da instituição educacional no tocante à política de Educação do Campo. Nesta pesquisa, procuramos refletir sobre a legislação educacional brasileira, com ênfase para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, bem como as Diretrizes Operacionais para a Educação Básicas nas Escolas do Campo, importante aparto legal que estabelece normas e princípios para a educação dos povos do campo. Além disso, buscamos dialogar com a produção bibliográfica mais recente que trata da temática em questão. Como resultado, verificamos que, apesar dos avanços na política educacional voltada para a educação das populações campesinas, ainda há muitos impasses no tocante uma real efetivação. Além dos materiais didáticos, o transporte escolar constitui-se em grande desafio para os envolvidos no processo educacional, pois é preciso garantir que a educação do campo ocorra respeitando as peculiaridades dos povos campesinos.