O presente artigo tem como objetivo problematizar o uso da literatura, como recurso didático, na disciplina de história. Nele enfatizamos a obra O Tempo Envelhece Depressa produzido pelo renomado escritor italiano Antônio Tabucchi, na década de 70. O livro é baseado em nove contos independentes. Os contos trazem em si a questão do tempo, um prazo de vida que é incontornável, que passa rápido e que envelhece depressa. Temas como o comunismo, Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria, ocupam um papel coadjuvante nos enredos narrados pelo autor e fazem o leitor perceber sentimentos humanos muito profundos que circundam esses acontecimentos, através das memórias dos personagens inseridos na trama. Por meio de uma pesquisa teórica de revisão bibliográfica, podemos identificar características de aplicabilidade da literatura e de sua contribuição ao ensino de história como, por exemplo, a melhora na leitura e a compreensão textual. Sendo de fundamental importância identificar dentro dessa conjuntura metodológica as mais variadas relações que podem ser fecundadas entre a literatura e a história. Sabemos que essa relação deve ser cuidadosamente pensada, pois a literatura é um campo que trabalha, principalmente, com a capacidade inventiva de seu criador e a história, de fato, não pode inventar personagens e acontecimentos, no sentido de que o historiador não pode criar fatos históricos, porque, caso o fizesse, sairia completamente do caráter cientifico que abarca o lugar que ele ocupa em sua profissão. Pensadores como Roger Chartier, Michel Foucault, Carla Pinsky, Maria Horta e mais alguns, foram fundamentais para o tecer historiográfico desse trabalho