O ingresso no ensino superior é uma transição que trás consigo um leque de novidades e mudanças na vida do universitário principalmente daqueles que residem em cidades interioranas, que não possuem um polo educacional próximo, tendo assim que se deslocar para outras regiões. Muitas vezes o estudante se surpreende quando se depara com uma realidade diferente da que viviam anteriormente, já que mudara de cidade, moradia e de ciclo social, uma ruptura imposta pela vida universitária. Sendo assim, o devido trabalho teve como objetivo analisar o processo de adaptação dos estudantes ao ensino superior, levando em conta seus fatores cognitivos, emocionais, socioeconômicos e culturais para que assim possam ser minimizados. Tratou-se de um estudo de natureza descritiva-explicativa, onde foram realizadas entrevistas semiestruturadas, sendo abordadas questões sobre a transição do ensino básico para o ensino superior e como a universidade poderia contribuir nessa transição e sobre as pressões sofridas pelo estudante para ingressar na universidade. Dentro dos resultados obitidos tivemos que 57,14% dos entrevistados têm entre 15 e 20 anos; 35,71% têm entre 21 e 30 anos e 7,14% têm entre 31 e 50 anos de idade, da mesma forma que 50% destes residem na cidade onde estudam e os outros 50% são de outras cidades circunvizinhas e para todos os entrevistados relatam mudanças significativas na transição do ensino médio para o superior, além do fato 100% afirmarem que a universidade deveria contribuir com esta transição, onde 57,14% sugeriram que a interação e acessibilidade ao corpo docente e de suma importância; 35,71% relatam a importância das pesquisas destas naturezas como também sugerem pesquisas da própria instituição para identificar quais os principais desafios enfrentados pelo corpo discente e docente na vertente do ensino-aprendizagem e 7,14% veem o transporte e outros meios como alimentação e moradia qualificados e acessíveis como uma boa contribuição a tal adaptação. Outro aspecto avaliado no trabalho foi às pressões afetivas, onde alunos ao serem questionados, 57,14% responderam que se sentem pressionados pelos pais e 42,85% disseram que não são pressionados, mas sim estimulados. Ajustar-se à universidade implica, assim, integrar-se socialmente com as pessoas desse novo contexto, participando de atividades sociais e desenvolvendo relações interpessoais satisfatórias. Dessa forma, Uma análise atenta das tarefas desafiantes associadas à transição permite concluir que esta problemática ultrapassa a esfera pessoal do estudante, englobando aspectos contextuais, como a preparação dos professores do ensino superior para lidarem eficazmente com uma massa de alunos heterogénea e a preparação que o ensino secundário faculta aos alunos em transição, ou seja, o estudo da transição escolar do ensino secundário para o ensino superior deverá inserir-se numa perspectiva ecológica do desenvolvimento humano, partindo de um sujeito dinâmico que estabelece ligações bidirecionais com o seu contexto.