A Educação Profissional confronta-se com vários desafios para efetivar seu papel social (Moura, 2010). A partir da sanção das Lei nº 12.711/2012, Lei nº 13.415/2017 e da Portaria nº 521/2021/MEC, visualizou-se um cenário adverso para a oferta de educação profissional e tecnológica, especialmente nos cursos técnicos integrados. Refletindo sobre essa realidade, emergiu a inquietação sobre quais são os efeitos das citadas normativas no âmbito do IFCE, propondo-se uma investigação, a partir dos documentos institucionais editados no interstício de 2017 a 2022. O Objetivo Geral foi identificar avanços ou retrocessos na integralização curricular dos Cursos Técnicos Integrados (CTI) do IFCE no período. Especificamente, analisou-se a oferta desses CTI´s nas 5 Macro Regiões, com a indicação dos objetos do discurso insertos em suas propostas pedagógicas e discutiu-se a promoção curricular de uma formação humana omnilateral, para a acessibilidade e para a emancipação humana. Consistiu a metodologia numa pesquisa documental (Gil, 2002), com uma abordagem qualitativa, por meio dos estudos curriculares, os papéis crítico e normativo da teoria do currículo (Lopes, 2014) e a categoria de justiça curricular (Connell, 1993). Após a revisão dos citados documentos e legislação brasileira, debateu-se os objetos de discurso identificados com os referenciais de Marx (1984), Connell (1993), Saviani (2003), Lopes (2004), Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005), Tonet (2005), Moura (2010), Gramsci (2014) e Young (2014). Resultou-se numa reflexão sobre os limites dos discursos pedagógicos e curriculares como atos de poder e sua capacidade de se constituir e modificar uma realidade. Ponderou-se sobre as estratégias pedagógicas adotadas nos currículos, os desafios para a materialidade da integração curricular e ruptura da fragmentação do conhecimento, e, finalmente, do distanciamento de elementos úteis à concepção de justiça curricular, favorecendo a abordagem da diversidade e da pluralidade cultural no currículo.