Considerando o atual contexto de busca por uma educação inclusiva e de qualidade para todos os alunos do Público-alvo da Educação Especial (PAEE), bem como o aumento expressivo desses alunos na educação básica nos últimos anos e a constante publicação de diretrizes oficiais que enfatizam a necessidade de reestruturar os cursos de licenciatura de acordo com essa demanda, as discussões apresentadas neste estudo constituem fragmentos de uma pesquisa de mestrado cujo objetivo primordial foi analisar de que forma a temática da educação inclusiva está presente nos documentos curriculares dos cursos de formação de professores de biologia oferecidos pelas universidades federais do estado de Minas Gerais. A metodologia de pesquisa adotada baseou-se em uma abordagem qualitativa do tipo documental, utilizando os Projetos Pedagógicos de Cursos como fonte de dados, os quais foram analisados por meio da análise de dados qualitativos proposta por Yin (2016). Com base no referencial teórico de Crochík (2011, 2012), Michels (2017), Valle e Connor (2014), Dias (2018) e Dias e Silva (2020), entre outros estudiosos, os resultados indicam possíveis abordagens para integrar a discussão sobre inclusão nos cursos de licenciatura em ciências biológicas, indo além de uma perspectiva meramente propositiva que se limita à adaptação de recursos didáticos para o ensino de biologia de forma inclusiva. Os resultados apontam para instituições que expandem essa temática para uma abordagem analítica, questionando a estrutura atual da sociedade baseada em preconceitos, sendo os conhecimentos biológicos um dos principais veículos de propagação de preconceitos direcionados a esse público. Conclui-se que a inclusão tem ganhado espaço nos cercados currículos das licenciaturas em ciências biológicas, oferecendo diversas possibilidades de abordagem, sendo aquela apresentada neste estudo a que mais se aproxima de uma reflexão fundamentada teórica e criticamente sobre inclusão.