Historicamente, o ensino de sociologia nas escolas públicas tem sido alvo de constantes rearranjos políticos, de modo que os conteúdos trabalhados sejam produto de interesse político para a manutenção do poder. No currículo oficial do estado de São Paulo (Currículo Paulista), tais arranjos podem ser percebidos com facilidade, quando contrapostos a propostas governamentais e a ideologias próprias dos governos em que estiveram inseridos. Este trabalho tem por objetivo a proposta de analisar a disposição de conteúdos no ensino de sociologia antes e depois do Novo Ensino Médio (respectivamente, o último currículo promulgado para utilização no triênio 2014-2017, e o currículo de 2020, já adaptado ao N.E.M). Esta análise deve traçar um paralelo entre os conteúdos propostos nos dois períodos e sua validade enquanto ensino de sociologia para a tomada de consciência individual ou para o preparo ao mundo de trabalho. A principal tese defendida neste trabalho é que, após a promulgação do Novo Ensino Médio, o componente de sociologia foi relegado ao trabalho de conteúdos voltados à formação de operários, com pouco enfoque nas questões de relação social, e menos ainda na perspectiva da sociologia clássica. Para tanto, utilizaremos como fonte o “caderno do aluno” utilizado no triênio 2014-2017, bem como o material “SP faz Escola”, de 2020.