Em evidência desde as primeiras reinvindicações do Movimento Negro, a educação formal configurou-se como agenda de luta de grande valia tendo em vista dirimir os racismos estrutural e estruturante que resultaram do sistema escravizatório implantado no Brasil. Com a promulgação da Lei 10.639/03, a obrigatoriedade de implementação de uma educação para as relações étnico-raciais assume uma posição de evidência na luta pela igualdade e equidade de grupos étnico-raciais. Contudo, observa-se que há barreiras para a efetivação de uma educação antirracista. Diante desse quadro emerge o seguinte questionamento norteador deste trabalho: "A implementação do afroletramento contribuirá para promoção de uma educação antirracista?” que tem como objetivo: verificar possíveis contribuições do afroletramento na construção identitária de indivíduos. O embasamento teórico ficou por conta de Eliane Cavalleiro (2006), Nima Lino Gomes (2012;2017), Petronilha Gonçalves (2019), Kabengele Munanga (2003;2022), Assante (2009;2014), Denise Botelho (2010), entre outras e outros. Este trabalho apresenta como opção a metodologia qualitativa, em virtude da preocupação do estudo com a posição eurocêntrica de ensino adotada no sistema educacional brasileiro que exclui e invisibiliza os diferentes. Através da pesquisa explicativa, buscar-se-á compreender a contribuição do afroletramento na promoção da educação antirracista, tendo em vista que o racismo como elemento estrutural e estruturante atua na manutenção da educação hegemônica. Combater o racismo, conscientizar as pessoas do papel que devem assumir na mudança de seus contextos é papel da escola, dessa forma implementar o afroletramento assume, no mínimo, a possibilidade de vislumbre de uma sociedade igualitária em direitos e oportunidades.