Nesta comunicação tem-se o objetivo de fazer uma reflexão sobre os amores de Luamanda, no conto homônimo de Conceição Evaristo, que se encontra no livro Olhos d’água (2014). Procurar-se-á mostrar as diferentes formas de amor/amar, vividas por Luamanda ao longo da sua vida, ao mesmo tempo em que se destacará a força e a altivez desta personagem, apesar de um grande fardo de dor que, assim como o amor, compõe suas memórias afetivas. Ao longo da reflexão dos amores da personagem evaristiana, far-se-á uma comparação com texto Os Três Mal-Amados (1943) de João Cabral de Melo Neto, cujas personagens femininas (Maria e Teresa) não têm voz e são dadas a conhecer pelas vozes das três personagens masculinas, João, Raimundo e Joaquim. Propõe-se, deste modo, mais do que uma leitura comparativa, uma análise dos amores nos dois textos elencados, buscando mostrar o amor como força cíclica que faz, desfaz e refaz as personagens Luamanda, João, Raimundo e Joaquim, apresentando a personagem de Conceição Evaristo como aquela que segue o fluxo do amor, sem necessariamente ser arrastada por sua força e mantendo intacta a sua identidade; ao contrário das personagens masculinas cabralinas que se mostram totalmente indefesas diante da potência amorosa e chegam mesmo, como Joaquim, a perder todas as suas referências, inclusive a sua própria.