No estudo, investigamos de que forma o apelo do mundo precedeu a literatura de Sylvia Aranha de Oliveira Ribeiro (1930) e, ao mesmo tempo, constituiu sua personalidade literária, resultando na formação de uma literatura escrita por alguém que viveu e se inquietou com a realidade amazônica tomada como destino e não apenas espaço de contemplação. Para tanto, como recorte desse objetivo maior, escolhi investigar a inquietude e a libertação como duplo que gera a poética da escritora, tendo por base a análise e interpretação de sua prosa de ficção. Ele teve como base teórica uma teoria comparada numa perspectiva interdisciplinar em que o contexto, o tempo e o espaço escapam à construção de uma linearidade universal e universalizante na literatura e em outros campos do conhecimento, nos obrigando a diferentes movimentos, desde o teórico, passando pelo documental e chegando ao estético. O procedimento metodológico o qual tomei, se deu a partir da constatação de que os temas considerados por Sylvia Aranha em sua literatura são de ordem filosófica, o que me levou a percorrer o caminho do nexo entre literatura e filosofia. O exame das relações entre esses dois campos do conhecimento me fez enxergar e identificar os possíveis significados da mensagem estética sylviana. O estudo me permitiu concluir que a vida e a literatura da escritora Sylvia Aranha, ou seja, sua experiência ontológica e a expressividade da sua palavra escrita trazem novos significados ao campo literário brasileiro, em especial, ao de expressão amazônica.