Atualmente, o objeto da crítica textual não se volta apenas a um texto, enquanto materialidade inconteste, mas às pistas de um processo que o pesquisador constrói a partir das materialidades (manuscritos, datiloscritos etc) deixadas por um(a) escritor(a). Neste texto, parte-se da hipótese de que, assim, ao falar sobre um texto de dramaturgia – especificamente, de textos inéditos no mundo editorial –, enquanto uma das poucas “provas” de um fato teatral, torna-se imprescindível investigar sobre práticas arquivísticas, mas, também, sobre a maneira como nele se cruzam, na maneira como se lidará com esta materialidade, aspectos que envolvem inúmeros sujeitos (os “criadores”, a recepção crítica e os pesquisadores). Para este trabalho, pôr-se-á em debate peças escritas por W. J. Solha, dramaturgo e encenador paraibano, que produziu ativamente na década de 1980 espetáculos sempre lembrados na história do teatro local e que, todavia, carecem de exame adequado, tanto da historiografia quanto da crítica textual, em face de seus registros.