O presente artigo apresenta um estudo do romance Reprodução (2013), do escritor brasileiro Bernardo Carvalho. Objetiva-se analisar nos discursos proferidos pela voz do narrador-protagonista a sobrevivência de certas noções ligadas ao neoliberalismo tanto na linguagem quanto nas relações políticas e econômicas, tais como: competitividade, discurso de ódio e opressão; crítica à mídia, redes sociais, questões acerca do meio ambiente. As discussões teóricas de Harvey (2007), Lazzarato (2019), Castiano (2018) e Alves (2021) serão fundamentais para tratarmos das práticas neoliberalistas que incitam a violação de direitos sociais, assim como o uso do meio virtual como distração para tolher a liberdade e a criticidade do sujeito além da própria relação entre lógica neoliberal e literatura contemporânea, no relato. Ainda recorremos às considerações de Miyoshi (2001) para refletir sobre as problemáticas que envolvem a degradação do meio ambiente e como tais discussões reverberam no pensamento neoliberal. A análise mostra um sujeito imerso no mundo virtual fascista que permite problematizar, na leitura crítica, os limites e as problemáticas ligadas à noção de liberdade de expressão e de pensamento.