O presente trabalho tem como objetivo analisar o tema maternidade em dois romances distintos: Nada lhe será perdoado (1953), da portuguesa Maria Archer, e Casas vazias (2019), da mexicana Brenda Navarro. A personagem Biluca Morgado, no primeiro romance, e a narradora, no segundo, nos possibilitam uma imersão em enredos de obras literárias de épocas distantes uma da outra, mas que podem trazer posicionamentos semelhantes em torno da mesma temática, nesse caso, a imposição e cobrança sobre a maternidade. Observando as figuras femininas à luz da crítica feminista, e a partir de ensaios de Elizabeth Badinter (1985), Carmo e Amâncio (2004), Cecil Zinani (2013), bell hooks (2019), dentre outros nomes, trazemos à tona questões referentes a enxergar novos paradigmas e pensar a maternidade fora dos padrões estipulados pela sociedade patriarcal. Desse modo, chegamos ao entendimento que os dois romances rompem com ditames impostos à mulher, estabelecendo situações que permitem larga reflexão crítica sobre o assunto.