A literatura contemporânea permite explorações de novas formas de perceber a escrita, com narrativas que se valem de diferentes mídias e modalidades da linguagem. Taylor Swift é uma artista já reconhecida por mesclar elementos narrativos, como o storytelling (contação de histórias), e líricos, em muitas de suas canções: dois de seus últimos álbuns, folklore e evermore, conhecidos como “álbuns irmãos”, são a prova da competência da compositora em trazer múltiplos pontos de vista em sua obra. As canções cardigan, august e betty, do álbum folklore (2020), são exemplos da hibridez narrativa, em que Swift explora a história de um triângulo amoroso sob a perspectiva de cada uma das personagens. Assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar comparativamente a linha narrativa dessas três por meio dos três pontos de vista, analisando os recursos narrativos e multimodais nelas empregados. Com base nos conceitos de intertextualidade, apresentado por Julia Kristeva; de multimodalidade, por Cope e Kalantzis, de obra aberta, por Umberto Eco; e da teoria rizomática, por Deleuze e Guattari, é possível compreender as construções literárias swiftianas de uma forma multimodal, multifocal, intertextual e rizomática. As linhas melódicas, os diferentes campos semânticos e os objetos de foco em cada canção são elementos estruturantes que permitem entender o hibridismo e a complexidade na obra de Swift.