O trabalho a seguir pretende analisar a presença do empreendedorismo na educação brasileira que, cada vez mais vem ganhando destaque. A ideia defendida pelos autores é que a atual Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ao ser estruturada em torno da ideia de competências, (pedagogia das competências), atende à uma lógica do neoliberalismo. Guiados por essa lógica, também chamada de racionalidade neoliberal, os indivíduos precisam ser formados para tornarem-se empreendedores de si. Ou seja, para que possam pensar e agir como uma empresa. Ainda que o empreendedorismo apareça de forma clara apenas no ensino médio, o repertório que acompanha a lógica do empreendedorismo como: formar indivíduos inovadores, resilientes e responsáveis estão presentes também no ensino fundamental. Portanto, o discurso de que a escola precisa oferecer uma formação que tenha significância para a vida prática dos estudantes trata-se de um engodo. O que se pretende, na verdade, é formar indivíduos que estejam sempre em competição uns com os outros destruindo qualquer sentimento ou espírito de coletividade. Para o desenvolvimento dessa discussão utilizamos como referencial teórico, as contribuições de Dardot e Laval (2016), Frigotto (2010), Laval (2019), Ramos (2011). O trabalho conclui que a BNCC ao adotar a ideia de competência, passa a moldar os indivíduos para que desde cedo introjetem a ideia de que são os únicos responsáveis por sua trajetória de vida. Dessa forma, o sucesso ou o fracasso dependem única e exclusivamente de seu empenho.