O ensino de língua portuguesa, historicamente, perpassou por três perspectivas teóricas e metodológicas: a linguagem como expressão do pensamento (que concebia o ensino prescritivo da língua), a linguagem como instrumento de comunicação (a linguagem como código comunicativo) e a linguagem como forma de interação (a linguagem vista como lugar de interação entre falantes). Desse modo, a partir da perspectiva de linguagem como interação surgiu a proposta da escrita como atividade interativa. Desse modo, este artigo tem como objetivo analisar as concepções de professores que ensinam Língua Portuguesa nos anos iniciais do Ensino Fundamental sobre o trabalho didático-pedagógico com a escrita. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo interpretativa a partir da análise crítica dos cadernos de atividades remotas elaborados por professores dos 4º e 5º anos do Ensino Fundamental da rede municipal de São Francisco do Pará. Os docentes, durante o segundo semestre de 2021, elaboraram um total de doze cadernos. As atividades de produção de texto possibilitaram observar que muitas atividades se reduzem ao estudo da palavra solta, da frase descontextualizada e da produção de gêneros textuais sem organização prévia.