O presente trabalho analisa o desenvolvimento da ação Escola da Terra no Ceará a fim de compreender a teoria pedagógica que a fundamenta – a Pedagogia Histórico-Crítica, de Dermeval Saviani (2012) –, sua relação com a Educação do/no Campo, o itinerário de formação continuada dos professores que participam da ação e sua dimensão enquanto projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará. O trabalho encontra-se estruturado em três partes: a primeira, Ação Escola da Terra: um diálogo com a extensão universitária trata da importância da tríade ensino-pesquisa-extensão para uma sociabilização do conhecimento, situando a referida ação no eixo da extensão, com o intuito de evidenciar sua importância tanto para a universidade quanto para a sociedade; a segunda parte, Pedagogia Histórico-Crítica: aproximações com a Educação do Campo trata das concepções teóricas da Pedagogia Histórico-Crítica (PHC) e sua aplicação no contexto da Educação do Campo no Ceará; e a terceira discute a formação de professores do campo no Ceará e apresenta uma breve contextualização sobre a formação dos professores cursistas da Escola da Terra. Nesse sentido, na investigação, optou-se por atribuir importância tanto a dados quantitativos como qualitativos, utilizando-os de modo complementar, como suporte para a análise fundamentada no Materialismo Histórico e Dialético. Como resultado da pesquisa, constata-se que o quadro no Ceará é desalentador para a Educação do Campo, em virtude da fragilidade teórica da formação dos professores, reflexo da reestruturação produtiva e da mercantilizarão da educação. Contrapor-se a essa realidade é um desafio, para a qual a Pedagogia Histórico-Crítica se apresenta como uma possibilidade de enfrentamento, por sua concepção teórica de fortalecimento do sujeito do campo, seja o professor, seja o estudante, e o Programa Escola da Terra no Ceará se coloca como agente desse processo de formação e emancipação humana.