Com o advento da tecnologia, novos hábitos foram criados e incorporados na vida cotidiana das pessoas, a exemplo do porte e utilização dos aparelhos celulares. Por serem objetos pequenos e de fácil manuseio, estão constantemente em contato com o ambiente e corpo dos seus usuários, sendo expostos à contaminação. O objetivo deste projeto, dentro do Programa Futuras Cientistas, foi fazer uma investigação morfológica e microscópica da microbiota presente nos celulares de profissionais de uma Instituição de Pesquisa da cidade do Recife. Para isso foram coletadas amostras de 20 aparelhos com auxílio de “swab” estéril e incubadas em meio BHI por 24h. Em seguida as amostras foram semeadas por esgotamento em estria em Ágar sangue, Ágar MacConkey e Ágar cromogênico. A avaliação das colônias foi realizada por inspeção visual seguida de microscopia óptica após coloração de Gram. Os resultados indicaram que todas as amostras coletadas apresentaram algum tipo de colonização, constatada pelo crescimento de colônias em pelo menos dois dos três meios de cultura utilizados. Foi verificado em várias amostras a presença de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas oriundas do ambiente (Actinobactérias e Pseudomonas aeruginosa), além de bactérias da microbiota normal e transitória da pele e mucosas (Staphylococcus spp. e Staphylococcus aureus) e trato intestinal (Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Enterococcus faecalis). Devido ao número limitado de amostras, não foi possível inferir nenhuma associação entre os dados sociodemográficos dos participantes do estudo com o perfil microbiológico encontrado. Por fim, este estudo demostrou que os telefones celulares são objetos altamente colonizados e que podem ser um veículo de contaminação e propagação de doenças para seus usuários. Portanto, hábitos de higiene mais adequados, tais como a lavagem das mãos antes e após a utilização destes aparelhos e a higienização frequente dos mesmos, se faz necessário.