QUE PROCESSOS ESTÃO NA SOCIOGÊNESE DA OPOSIÇÃO BINÁRIA ENTRE MASCULINO E FEMININO, NAS DEMARCAÇÕES CORPORAIS E NO CONTROLE DOS CORPOS? MASCULINIDADE E DOMINAÇÃO SÃO SINÔNIMOS NA COLONIALIDADE MODERNA? CORPOS ASSIGNADOS COMO MASCULINOS, RACIALMENTE MARCADOS, ENVELHECIDOS, ECONOMICAMENTE DESPRIVILEGIADOS E COM CÂNCER DE MAMA SÃO INTELIGÍVEIS? QUAIS AS INTERSECÇÕES ENTRE TAIS PROCESSOS E A SEXUALIDADE DOS HOMENS ACOMETIDOS POR TAL DOENÇA? COMO ESSES PROCESSOS RESULTAM EM FEMINIZAÇÃO DO CÂNCER DE MAMA, DE TAL MODO QUE ESSA DOENÇA NÃO SEJA ENXERGADA EM HOMENS? SÃO ALGUMAS DAS INDAGAÇÕES QUE CONDUZIRAM AS REFLEXÕES DESTE ARTIGO SOBRE CORPO, SEXUALIDADE E ENVELHECIMENTO NA EXPERIÊNCIA DO CÂNCER DE MAMA MASCULINO NO RIO DE JANEIRO. O REFERENCIAL TEÓRICO DOS FEMINISMOS, DOS ESTUDOS SOBRE MASCULINIDADES E DO PENSAMENTO DECOLONIAL LATINO-AMERICANO FORNECEU A BASE CONCEITUAL PARA A ARGUMENTAÇÃO, CONSIDERANDO A INTERSECCIONALIDADE (EM SUA PERSPECTIVA CRÍTICA) UMA IMPORTANTE FERRAMENTA ANALÍTICA PARA ENTENDER COMO AS FRONTEIRAS ENTRE CORPO, ENVELHECIMENTO E SEXUALIDADE SÃO BORRADAS E SE MOLDAM MUTUAMENTE NESTE CONTEXTO. A LITERATURA MÉDICA PONTUA QUE O CÂNCER DE MAMA SE APRESENTA ENTRE OS HOMENS NUMA FAIXA ETÁRIA MAIS IDOSA, EM COMPARAÇÃO COM AS MULHERES, E QUE AS INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS PARA O CONTROLE DA DOENÇA NÃO DIFEREM ENTRE OS SEXOS, INTERFERINDO NA SEXUALIDADE, NO EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES LABORATIVAS E DA VIDA DIÁRIA. A PARTIR DAS EXPRESSÕES DO CÂNCER DE MAMA MASCULINO NO RIO DE JANEIRO, O CORPO É ENFOCADO COMO TERRITÓRIO ATRAVESSADO POR TODOS OS SISTEMAS DE OPRESSÃO – CLASSISMO, HETEROSSEXISMO, RACISMO, LGBTFOBIA, CAPACITISMO E COLONIALIDADE.