PINHEIRO, Leonardo Dos Santos. . Anais V Desfazendo Gênero... Campina Grande: Realize Editora, 2021. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/79381>. Acesso em: 23/11/2024 22:23
LUZES COLORIDAS, ROSA E AZUL, ILUMINAM O PALCO DO PARAÍSO. POR ENTRE AS CORTINAS DE VELUDO QUE SE ABREM, JOSÉ, EM SEU TERNO PRATEADO E CAMISA SEMI-ABERTA, DÁ INÍCIO A NOITE: “ESQUEÇAM A VIDA LÁ FORA, ESQUEÇAM QUEM SÃO OU O QUE VOLTARÃO A SER AMANHÃ E SEJAM FELIZES AQUI, NO PARAÍSO PERDIDO, UM LUGAR PARA AQUELES QUE SABEM AMAR.” A FRASE INTRODUTÓRIA DE JOSÉ ESTABELECE A REGRA FUNDANTE DO UNIVERSO DO FILME - O PARAÍSO PERDIDO COMO UM ESPAÇO-TEMPO DE LIBERDADE. A PARTIR DAÍ É ESTABELECIDA UMA DICOTOMIA ENTRE DENTRO E FORA DESTE ESPAÇO. DUAS REALIDADES QUE SE BORRAM, A DA VIOLÊNCIA E A DA LIBERDADE. A VIOLÊNCIA ATRAVESSA OS PERSONAGENS DE MANEIRAS DIFERENTES, MARCADA POR RAÇA, GÊNERO E SEXUALIDADE. MAS DENTRO DA BOATE ELES USAM ROUPAS EXTRAVAGANTES E SOB LUZES COLORIDAS CRIA-SE UMA AURA, ATMOSFERA POVOADA PELO IMAGINÁRIO ROMÂNTICO QUE, NAS VOZES POTENTES DESSES PERSONAGENS MARGINAIS, RESSIGNIFICAM O BREGA DE ARNALDO ANTUNES, REGINALDO ROSSI E AMADO BATISTA ABRINDO UM NOVO LEQUE DE REALIDADES POSSÍVEIS. PODEMOS PENSAR ASSIM, DENTRO DE UMA PERSPECTIVA PÓS-ESTRUTURALISTA E A PARTIR DO FILME DIRIGIDO POR MONIQUE GARDENBERG, NA CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS QUE PERMITEM O EXERCÍCIO DA LIBERDADE PARA PERSONAGENS MARCADOS PELA DIFERENÇA.