AS DANÇAS DE SALÃO, DESDE SUAS CRIAÇÕES, SE ESTABELECERAM COM CONFIGURAÇÕES HETERONORMATIVAS, PADRONIZANDO AS MOVIMENTAÇÕES EM ASSOCIAÇÃO AO BINARISMO: FEMININO X MASCULINO. ASSOCIANDO AINDA O HOMEM E A MULHER AOS PAPÉIS RESPECTIVAMENTE DE CAVALHEIRO E DAMA E ASSIM DITANDO OS COMPORTAMENTOS A SEREM SEGUIDOS POR CADA UM DELES, CABENDO A FIGURA MASCULINA O PAPEL DE SER DOMINADOR, FORTE E PROTETOR, ENQUANTO AO PAPEL FEMININO, A FIGURA SUBMISSA, SENSÍVEL E GRACIOSA. ESTES E OUTROS ADJETIVOS INCORPORADOS A CADA UM DESTES DOIS GÊNEROS, FORAM E AINDA SÃO SUPORTE PARA RETROALIMENTAÇÃO DE UM AMBIENTE HETERONORMATIVO, MACHISTA E LGBTQIAFÓBICO QUE DITA COMPORTAMENTOS A SEREM SEGUIDOS DURANTE A DANÇA, SEM CONSIDERAR A DIVERSIDADE DE GÊNERO OU SEXUALIDADE DAS PESSOAS PRATICANTES. AO ANALISARMOS ESTA ESTRUTURA, NOTAMOS A AUSÊNCIA DE CORPOS DISSIDENTES, QUE DIVIRJAM O PADRÃO ESTABELECIDO NESTAS DANÇAS, COMO OS CORPOS AFEMINADOS, TRANSEXUAIS, NÃO BINÁRIOS E OUTROS QUE NÃO ENCONTRAM ESPAÇOS SEGUROS PARA DANÇAR A DOIS OU QUALQUER OUTRA DEMONSTRAÇÃO DE AFETO NESTES AMBIENTES. SE UM CASAL DE DOIS HOMENS VAI A UMA TURMA DE DANÇA DE SALÃO E QUEREM DANÇAR JUNTOS, LOGO ELES SERÃO AFASTADOS, POIS UM CAVALHEIRO DEVE DANÇAR COM UMA DAMA, OBEDECENDO ESTRUTURAS TRADICIONAIS NA DANÇA. JUNTO COM A CONDUÇÃO, UMA SÉRIE DE PADRÕES NA VESTIMENTA, MODO DE SE PORTAR E COMO FAZER CADA MOVIMENTAÇÃO É INSTITUÍDO, REFORÇANDO A ESTRUTURA QUE NA DANÇA DE SALÃO É COLOCADA COMO "HOMEM TEM QUE MOSTRAR QUE MANDA", "HOMEM NÃO PODE DANÇAR COMO BICHA", “ESSE HOMEM TÁ QUERENDO APARECER MAIS QUE A DAMA" (PAZETTO, SAMWAYS, 2018).