O PROJETO DE EXTENSÃO: ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO NA REDE PÚBLICA (ATNAREDE) DA UFRGS ATUA DE MANEIRA INTERDISCIPLINAR, OFERECENDO UMA PRÁTICA CLÍNICA JUNTO A USUÁRIES DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL E INTERSETORIAL DE PORTO ALEGRE, ACOMPANHANDO-ES EM SUAS EXPERIÊNCIAS COTIDIANAS, POSSIBILITANDO A AMPLIAÇÃO DE VIVÊNCIAS NO ÂMBITO SOCIAL, NA PERSPECTIVA DA DESINSTITUCIONALIZAÇÃO. DIFERENTES FIGURES COMPÕEM ESSA PRÁTICA DE CUIDADO EM LIBERDADE, CUJOS CORPOS SE VEEM ATRAVESSADOS TANTO PELOS ESTIGMAS DA LOUCURA E DO CAPACITISMO, QUANTO POR RELAÇÕES DE RAÇA E GÊNERO. AO ACOMPANHAR MULHERES NO ATNAREDE, ESCUTAMOS TRAJETÓRIAS SIMILARES, FATOS RECORRENTES, REPETIÇÕES QUE NÃO CONSTITUEM UMA OCASIONALIDADE INDIVIDUAL, MAS UM REFLEXO INSTITUCIONAL DO SEXISMO OPERANTE. OS ESPAÇOS QUE DEVERIAM PROPORCIONAR-LHES ACOLHIMENTO SEGUEM REAFIRMANDO LÓGICAS MANICOMIAIS QUE IMPUTAM À MULHER A IMAGEM DE FRÁGIL, CASTA, EMOTIVA, CORPO E DESEJO CEDIDOS PARA UM OUTRO. UMA VEZ QUE NARRATIVAS SINGULARES PODEM REMETER A EXPERIÊNCIAS COLETIVIZADAS, PROPOMOS A DISCUSSÃO, EM UMA PERSPECTIVA INTERSECCIONAL, DO IMPACTO DO GÊNERO NAS RELAÇÕES DE SOFRIMENTO DESSAS MULHERES E NA FORMA COMO ESSE SOFRIMENTO É LIDO SOCIALMENTE COMO LOUCURA A SER TRATADA. USANDO A NARRATIVA FICCIONAL A FIM DE PROBLEMATIZAR O CAMPO DE PESQUISA DA PSICOLOGIA SOCIAL E OPERAR NA COMPLEXIDADE DO OBJETO EM ANÁLISE, CONSTRUÍMOS HISTÓRIAS BASEADAS NAS MULHERES ACOMPANHADAS. ENTENDEMOS QUE O AT ABRIU ESPAÇOS DE ESCUTA E RECONHECIMENTO DAS VIOLÊNCIAS SOFRIDAS, POSSIBILITANDO A ESSAS MULHERES SE PERCEBEREM COMO SUJEITAS NA SUA INTEGRALIDADE, MERECEDORAS DOS SEUS DIREITOS. AO FICCIONALIZAR SUAS VIDAS, REINVENTAMOS REALIDADES, REAFIRMANDO SEUS MODOS DE RESISTÊNCIA E PRODUZINDO VISIBILIDADES PARA SUAS HISTÓRIAS (REAIS).