AS MARCHAS SÃO PROCESSOS DE MOBILIZAÇÃO POPULAR, FORMAÇÃO POLÍTICA E ALINHAMENTO DE REIVINDICAÇÕES QUE INTEGRAM DIVERSOS MOVIMENTOS, GRUPOS SOCIAIS E ÉTNICOS. O CENÁRIO ANTIDEMOCRÁTICO DO GOVERNO FEDERAL, CONDUTOR DE RETROCESSOS DOS DIREITOS DAS MULHERES, DESMONTE DE POLÍTICAS PÚBLICAS E DE PRIVATIZAÇÕES DOS BENS COMUNS INCITAM MOVIMENTOS COMO A MARCHA DAS MARGARIDAS E A MARCHA DAS MULHERES INDÍGENAS A DENUNCIAREM AS INJUSTIÇAS SOCIAIS E A SE ENVOLVEREM EM ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO. A MANIFESTAÇÃO DAS MARGARIDAS COMPREENDE UMA AÇÃO ESTRATÉGICA DE MULHERES REALIZADA A CADA QUATRO ANOS, SENDO O MAIOR MOVIMENTO DE MULHERES DA AMÉRICA LATINA. JÁ A PRIMEIRA MARCHA DAS MULHERES INDÍGENAS FOI UMA MOBILIZAÇÃO HISTÓRICA QUE REUNIU CERCA DE 2.500 MULHERES DE 130 POVOS DISTINTOS, MUITAS ETNIAS E LIDERANÇAS VIERAM DE DIFERENTES REGIÕES DO PAÍS E DA COLÔMBIA, PERU, EQUADOR, MÉXICO E HONDURAS. ASSIM, ESTE TRABALHO TEM COMO OBJETIVO APRESENTAR PARTE DO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO DE UMA PESQUISA EM PSICOSSOCIOLOGIA DE COMUNIDADES E ECOLOGIA SOCIAL, A RESPEITO DO ENVOLVIMENTO DESTAS MULHERES EM MARCHA, A FIM DE IDENTIFICAR AS SUAS ESTRATÉGIAS DE RE-EXISTÊNCIA E EFEITOS ENQUANTO UMA PRÁXIS PSICOSSOCIAL. PARA TANTO, EMPREGA-SE MÉTODOS MISTOS PARA A PRODUÇÃO DE DADOS, COMO A PESQUISA DOCUMENTAL PARA GARIMPAR REGISTROS DAS MARCHAS, AS FOTOESCREVIVÊNCIAS, QUE COMPREENDE A CONVERGÊNCIA ENTRE FOTOGRAFIA E NARRATIVAS POÉTICAS, E AS RODAS DE CONVERSA PARA O DEBATE E COMPARTILHAMENTO DOS DADOS PRODUZIDOS JUNTO AS MULHERES PARTICIPANTES DA PESQUISA. EM LINHAS GERAIS, A MARCHA PODE SER COMPREENDIDA COMO UM FENÔMENO PSICOSSOCIOECOLÓGICO QUE POTENCIALIZA A LUTA DE MULHERES FRENTE AS INJUSTIÇAS SOCIAIS.