ESTE TRABALHO TEM COMO OBJETIVO COMPREENDER DE QUE MODOS O CORPO JORNALÍSTICO DA REVISTA DONNA (GRUPO RBS) CONFIGURA OS CORPOS DAS MULHERES GORDAS E SUAS RESPECTIVAS PAUTAS LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO OS EIXOS INTERSECCIONALIDADE, LUGAR DE FALA E EMPODERAMENTO. O CORPUS É COMPOSTO POR 52 TEXTOS EM QUE HÁ O PROTAGONISMO GORDE COLETADOS ENTRE 2016 E 2019. O QUADRO TEÓRICO-METODOLÓGICO SE ORGANIZA PELO JORNALISMO EM CONEXÃO COM FEMINISMOS, CENTRANDO EM INTERSECCIONALIDADE (COLLINS, 20019; CRENSHAW, 2002; AKOTIRENE, 2019), LUGAR DE FALA (SPIVAK, 2010; KILOMBA, 2010; RIBEIRO, 2019) E EMPODERAMENTO (SARDENBERG, 2018; BERTH, 2019). REALIZAMOS UM LEVANTAMENTO QUANTITATIVO COM INFORMAÇÕES SOBRE AS MULHERES GORDAS INTERSECCIONALIZADAS POR RAÇA, CLASSE, GÊNERO, SEXUALIDADE, FAIXA ETÁRIA, DEFICIÊNCIA, TAMANHO E PROFISSÃO. TAMBÉM FORAM ELENCADOS OS LOCAIS (EDITORIAS/SEÇÕES) DA REVISTA EM QUE ELAS PUDERAM EXISTIR E SOBRE O QUE ESTAVAM AUTORIZADAS A FALAR, CONSIDERANDO EIXOS DE OPRESSÃO E PRIVILÉGIO. LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO A INTERSECCIONALIDADE, ENCONTRAMOS O QUE DENOMINAMOS DE “GORDA ADEQUADA”, OU, “GORDA LIGHT”, UMA PADRONIZAÇÃO DO NÃO PADRÃO: SÃO MAJORITARIAMENTE BRANCAS, JOVENS, COM CORPOS MENORES A MÉDIOS, SEM DEFICIÊNCIA, MODELOS, REPRODUZINDO O QUE JÁ É NATURALIZADO NA REVISTA. AS NARRATIVAS OFERECIDAS RARAMENTE PREOCUPANDO-SE COM O ENTRECRUZAMENTO DE EIXOS DE OPRESSÃO, UNIVERSALIZANDO AS MULHERES GORDAS E SUAS VIVÊNCIAS. AS GORDAS FORAM AUTORIZADAS A EXISTIR, PRIMORDIALMENTE, NA COLUNA DA JORNALISTA E MULHER GORDA THAMIRES TANCREDI, CONFIGURANDO UMA LIBERDADE DEMARCADA PELA REVISTA, E NÃO FAZENDO PARTE DO COTIDIANO DE DONNA, JÁ QUE APARECEM ESPORADICAMENTE. O EMPODERAMENTO SE DEU, PRINCIPALMENTE, PELO DIREITO DE ACESSO AOS MUNDOS DA MODA, MÍDIA, BELEZA E CONSUMO.