A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRANSEXUAIS E TRAVESTIS (PNSILGBT) SURGE EM 2011, DEPOIS DE MUITAS NEGOCIAÇÕES ENTRE A SOCIEDADE CIVIL E O PODER PÚBLICO, COM O OBJETIVO DE PROMOVER A INTEGRALIDADE DO CUIDADO PARA A POPULAÇÃO LGBTQIA+. MUITO SE DISCUTE DESDE ENTÃO SOBRE SUA EFETIVIDADE. NO TRABALHO AQUI APRESENTADO, QUE É UM RECORTE DA PESQUISA MAIOR, DESENVOLVIDA DURANTE O MESTRADO, RELATIVA AO MODO COMO AS NOÇÕES DE GÊNERO OPERAM NOS DOCUMENTOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE INTEGRAL, BUSCA-SE UMA ANÁLISE ESPECÍFICA E CRÍTICA DA PNSILGBT. COM BASE NAS NOÇÕES DE BIOPODER, HETERONORMATIVIDADE, IDENTIDADE E DIFERENÇA, FUNDAMENTADAS EM FOUCAULT E NA TEORIA QUEER, PROCURA-SE MOSTRAR QUE DISCURSOS NORMATIZADORES, RELATIVOS AO QUE É SER VERDADEIRAMENTE LGBTQIA+, SÃO PROPAGADOS E REFORÇADOS POR MEIO DO DOCUMENTO FOCALIZADO. HOMENS E MULHERES CISGÊNEROS E HETEROSSEXUAIS SÃO ESTABELECIDOS COMO O REFERENCIAL E O NORMAL, AO PASSO QUE PESSOAS LGBTQIA+ SÃO OS “OUTROS”, ABJETOS E ANORMAIS. SEM TENTAR ESGOTAR A DISCUSSÃO, QUEREMOS, COM O PRESENTE TRABALHO, AGREGAR ELEMENTOS AO ARCABOUÇO TEÓRICO E PROBLEMATIZAR O FATO DE QUE A SAÚDE DE LGBTQIA+S VENHA SENDO CONSTRUÍDA MEDIANTE UMA POLÍTICA CIS-HETERONORMATIVA, A DESPEITO DOS AVANÇOS CONQUISTADOS EM TERMOS DE DIREITOS.