CONSIDERANDO O DEBATE FEMINISTA DE INTERSEÇÃO ENTRE GÊNERO E DEFICIÊNCIA, OBSERVA-SE DISCUSSÕES SOBRE DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO DOMÉSTICO NO CONTEXTO DO GERENCIAMENTO DO CUIDADO GANHANDO FORÇA NA ARGUMENTAÇÃO FEMINISTA EM ESTUDOS SOBRE DEFICIÊNCIA. PARTINDO-SE DE ESTUDOS SOBRE A TEMÁTICA - JOAN TRONTO, CAROL GILLIGAN E DÉBORA DINIZ - INICIA-SE O PROJETO “CUIDANDO DE QUEM CUIDA”, ESPAÇO DE CUIDADO E EMPODERAMENTO PARA MULHERES CUIDADORAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. ESTE TRABALHO OBJETIVOU DESENVOLVER AÇÕES DE ATENÇÃO, ASSISTÊNCIA E SUPORTE DESSAS MULHERES, EM VINCULAÇÃO À REDE DE CUIDADOS EM SAÚDE, UTILIZANDO PERSPECTIVA DE GÊNERO PARA ABORDAR DEMANDAS ESPECÍFICAS E FORMAR REDES DE APOIO. PARA DESENVOLVIMENTO DESSAS AÇÕES, FEZ-SE NECESSÁRIO ARTICULAR O FEMINISMO PERSPECTIVISTA DE SANDRA HARDING E NANCY HARTSOCK COM A PROPOSTA DE PRÁTICA EDUCATIVA FREIRIANA, EM INTERVENÇÕES INDIVIDUALIZADAS. CONSIDERANDO O OBSERVADO, REVELA-SE COTIDIANAMENTE A SOBRECARGA, EXPRESSA NA HIERARQUIA DA DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO DOMÉSTICO, BASEADA EM ESTEREÓTIPOS DE GÊNERO NATURALIZADOS, REALIDADE RESULTANTE DO EMPENHO QUASE EXCLUSIVO DAS MULHERES QUE CUIDAM, NÃO APENAS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, MAS DAS DEMAIS TAREFAS DOMÉSTICAS. APESAR DA SOBRECARGA E CONHECIMENTO DA IMPORTÂNCIA DO AUTOCUIDADO, OBSERVA-SE O PATRIARCADO OPERANDO O ESSENCIALISMO DETERMINISTA BIOLÓGICO-SOCIAL ATRAVÉS DA MANUTENÇÃO DE CRENÇAS E VALORES DE RESPONSABILIZAÇÃO MATERNAL, ASSOCIADA À FUNÇÃO DE CUIDADORAS DESSAS MULHERES, REFLETINDO NA DIFICULDADE EM ABORDAR A DIVISÃO SEXUAL EQUITATIVA DO TRABALHO DOMÉSTICO, INCLUINDO O CUIDADO. DESTACA-SE AINDA, A RESISTÊNCIA ENCONTRADA, DIANTE DA SENSIBILIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO, QUANTO À CONDIÇÃO DE SEREM INDISPENSÁVEIS E INSUBSTITUÍVEIS NO PROCESSO DE CUIDADO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA.