Se há dificuldade em se discutir e de se garantir um ensino básico de qualidade aos povos indígenas, quando deixamos a esfera básica e começamos a discutir sobre a educação superior percebemos que o acesso a esta esfera é ainda mais difícil e complexo. Antes da criação do sistema de cotas, pensado como política nacional a partir da década de 90 e restrita a apenas algumas instituições e tornando-se obrigatório apenas em 2012 a partir da assinatura da presidenta Dilma, o acesso dos indígenas ao ensino superior em instituições públicas era praticamente zero, especialmente nas universidades públicas. Porém, sabemos que apenas o sistema de cotas não é suficiente, pois para garantir um ensino superior de qualidade é preciso oferecer subsídios que garantam uma educação saudável, ao se abrir as portas para o indígena as instituições públicas tem que repensar o currículo de seu curso para garantir a abrangência da diversidade.Em síntese, podemos dizer que se quisermos garantir o ensino superior indígena de qualidade devemos pensar em um conjunto de ações que vão desde a criação e permanência do sistema de cotas em Universidades públicas, até a criação de cursos com formação específica voltada para a formação de professores indígenas tendo em vista as especificidades entre os povos indígenas.