O presente artigo é fruto de nossa experiência no EJA e também de uma pesquisa de caráter qualitativo na qual por meio de entrevista com dois professores do PROELART (Projeto de Educação Leitura e Arte), tivemos noções das práticas pedagógicas do educador popular. O PROELART é um projeto da UEPB que ainda está em andamento, vinculado com o MEC, o qual tem a finalidade de levar a educação ao alcance de pessoas que por motivos diversos, não tiveram a oportunidade de concluir os estudos no tempo regular de escolarização. É formado por estudantes do curso de pedagogia da UEPB que realizam a docência em alguns bairros periféricos do município de Campina Grande na Paraíba, promovendo a alfabetização, rodas de leitura e teatro. Esse artigo tem como finalidade refletir como se dá uma educação problematizadora no EJA. Então, analisamos a partir das entrevistas, se os educadores ainda mantêm um modelo “bancário” de educar, onde o aluno é apenas um “depósito” de conhecimentos, e o professor o detentor do saber (ou seja, um modelo tradicional onde o educando não tem a oportunidade de questionar, de refletir sobre a palavra) ou se tem se preocupado em proporcionar uma educação dialógica entre educador-educando, libertando o indivíduo da opressão, alienação, ou seja, utilizando a pedagogia da autonomia. Analisaremos também se os educadores utilizam temas geradores provenientes da realidade destes, para ampliar seus conhecimentos sobre diversos temas relativos à sociedade e suas dimensões políticas e culturais. Assim, partindo desse aprendizado, a alfabetização não seja apenas a aquisição da leitura e da escrita, mas que ajude a refletir e modificar a realidade destes.