Introdução: A escola, por ser um lugar onde convivem muitas pessoas, com diferentes ideias acerca de diversos temas, é o lugar propício para o surgimento de conflitos. Entretanto, os conflitos destrutivos, podem gerar diversos tipos de violência. Diante desse problema, como intervir nas escolas evitando a aparição de conflitos que podem gerar danos irreversíveis aos envolvidos? Com o intuito de atuar de forma preventiva em relação aos conflitos pelos quais os alunos que estudam em escolas do estado de Pernambuco passam, surgiu o Projeto Escola Legal. É uma iniciativa do Tribunal de Justiça de Pernambuco em parceria com o Ministério Público, com a Polícia Militar, com o Governo do Estado, como também, com diversas universidades, tanto da capital, quanto do interior de Pernambuco. O Projeto tem como público alvo, estudantes em vulnerabilidade social, seja por serem vítimas das drogas, ou, por sofrerem abusos na escola ou no seio familiar. Objetivo: O trabalho tem como objetivo discutir as intervenções do Projeto Escola Legal como exercício de fraternidade e de garantia dos direitos humanos em escolas no estado de Pernambuco. Metodologia: A metodologia utilizada neste trabalho foi o relato de experiência, articulando os resultados ao construto teórico da Fraternidade enquanto categoria política. Resultados: Identificou-se que esse tipo de ação nas escolas fez com que os alunos pudessem expressar os conflitos vividos em sala de aula, possibilitando uma discussão a respeito de como evitá-los. Notou-se o acolhimento, por parte de professores, equipe técnica e gestores, que verificaram que as ações do projeto levam, também, a uma maior disciplina no ambiente escolar. Verificou-se ainda, que os alunos que se encontravam em vulnerabilidade social, seja por serem vítimas das drogas, ou, por sofrerem abusos na escola ou no seio familiar identificaram no projeto um meio pelo qual podiam obter ajuda. Conclusões: As ações desenvolvidas pelo Projeto Escola Legal levaram a uma melhor convivência comunitária no ambiente escolar, além disso possibilitam a interação entre participantes baseada em um reconhecimento da alteridade como fonte de construção do conhecimento, o que corresponde ao entendimento da categoria política da fraternidade. Os alunos ainda receberam mais informações sobre o acesso a Justiça, caso tivessem seus direitos violados. Temas como o consumo de drogas e o alcoolismo também tiveram papel de destaque nas atividades desenvolvidas, levando os discentes a terem um pensamento crítico em relação a essas questões. Espera-se que um assunto tão importante como a gestão do conflito escolar seja amplamente difundida por todo o país.