O conhecimento da psicologia utilizado em favor da educação data do final do século XIX e início do século XX, a qual é atualmente conhecida como Psicologia escolar/educacional. No início, os psicólogos desta área atuavam em problemas escolares, cuja preocupação básica estava ligada às crianças que manifestavam retardamento moral, mental ou físico, inseridas no processo escolar. Nas décadas de 70 e 80 começaram a surgir duras críticas em relação ao modelo clinico de atuação do psicólogo escolar/educacional. Saindo de uma psicologia naturalizante, patologizante e individualista, surgiu uma nova psicologia comprometida com a realidade social e levando em consideração os determinantes socioculturais relacionados ao fenômeno educacional. Vários estudiosos definem e delimitam o papel deste profissional para os dias atuais, assim como o Conselho Federal de Psicologia. Entretanto, aquilo que se espera do psicólogo educacional, a partir do que está posto na literatura, muitas vezes não corresponde à prática cotidiana destes. Este estudo visou identificar e analisar a percepção do psicólogo escolar/educacional da rede municipal de ensino de Campina Grande sobre seu papel na escola. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semiestruturada aplicada a 11 psicólogas. Os resultados revelaram que as psicólogas entrevistadas percebem suas atividades como diversificadas, atuando sobre todos os atores da escola. Contudo, apresentam uma tendência a uma prática voltada essencialmente para o “aluno problema”, tentando envolver pais e professores em suas intervenções. Além disso, percebe-se que as psicólogas não têm definição clara de seu papel na escola, mostrando-se confusas ao se falar de suas atribuições. Acredita-se que a compreensão do verdadeiro papel do psicólogo escolar apenas ocorrerá quando os próprios psicólogos buscarem definição de seu papel na escola por meio de debates, estudos e reflexões que articulem teoria e prática.