A EJA é constituída de diferentes atores sociais que ao longo de suas vidas acumulam uma história de fracasso escolar. Nesse percurso de insucesso escolar ainda se observa na contemporaneidade o preconceito de gênero com relação ao direito da mulher de investir em sua educação. A negação de tal direito contribui para a exclusão social quanto ao fazer uso da leitura nos diferentes domínios discursivos da linguagem. Busca-se mediante um trabalho com revistas disponibilizar para o aluno da EJA ações didáticas que estimulem o aluno-leitor a conceber a leitura numa perspectiva de entender o sentido do texto, que vai além do processo de decodificação, contribuindo para a formação de um leitor proficiente, neste caso, especificamente para as mulheres, com o incentivo a luta contra a cultura machista, que a impede de frequentar a escola. Este artigo busca apresentar resultados de uma pesquisa realizada numa sala de aula da EJA, da rede municipal de ensino de Campina Grande-PB, no segundo semestre de 2012, compreendendo o uso de revistas na sala de aula numa abordagem interacionista sociodiscursiva. Como aporte teórico, citamos Bronckart (1999), Bauman (2009), Freire (2007), Moita Lopes (2013), Rodrigues (2009) entre outros. Os dados apontam que a leitura crítica é incorporada através de ações evidenciadas dentro e fora da escola, por parte dos participantes da pesquisa que se efetivam com discursos que constituem mulheres em meio a uma sociedade que reprime vozes não autorizadas. Um estudo que caminha em conformidade com as pesquisas contemporâneas que dialogam com a educação e questões de gênero e sexualidade em prol da formação de professores que atuem na Educação Básica.