O último censo realizado pelo IBGE, com dados de 2010, revelou que a população considerada idosa no Brasil corresponde a 11,1% e, na Paraíba esse índice já ultrapassa os 11,98% da população total do Estado, percentual que o eleva à terceira colocação entre os estados com maior contingente de idosos. Em decorrência desse expressivo índice e contrapondo à essa perspectiva de uma velhice "tutelada", durante as Conferências do Idoso realizadas nos últimos anos na Paraíba, tem-se verificado efetiva participação de sujeitos inseridos em grupos e associações "de idosos". A realização de Conferências pode ser reconhecida como um espaço ímpar e momento propício à exposição de interesses, necessidades e demandas, o que culmina por representar em um relevante fator para requerer o cumprimento das legislações existentes, visto que a presença e atuação dos próprios sujeitos "interessados" nas ações, além de atuar como um mecanismo de fiscalização nas deliberações do poder público, revela a condição de vida dos idosos paraibanos, bem como seus conflitos e aspirações. Neste sentido, este estudo analisa como os paraibanos em idade considerada idosa, participantes de grupos e associações específicas, se inserem no conjunto de ações deliberadas pelo poder público, se organizam coletivamente para reivindicar o cumprimento da lei e relacionam-se com outros indivíduos do seu grupo geracional, formando laços de sociabilidade e construindo diversas identidades de ser velho na atualidade. Para desenvolver esse estudo, focalizamos os idosos participantes de Associações de Aposentados e Pensionistas e Centros Municipais de Convivência do Idoso, principalmente, nas cidades de Campina Grande e João Pessoa. Realizamos visitas para observação direta das práticas, entrevistas semi-estruturadas, utilizamos ainda o caderno de campo, além dos estudos de bibliografia temática, que atuaram como eixo para a fundamentação teórica. Sendo assim, percebemos que no contexto brasileiro e na Paraíba, em particular, os idosos têm buscado, cada vez mais, assegurar seus direitos e deveres garantidos legalmente e estabelecer relações de sociabilidade geracional, através da inserção em grupos e em associações da categoria e na participação na formulação de políticas públicas.