As observações populares sobre o uso e a eficácia de plantas medicinais contribuem de forma relevante para a divulgação das virtudes terapêuticas dos vegetais. As intoxicações provocadas por plantas têm se constituído ao longo dos anos trazendo grave problema para a saúde da população. Existem muitas plantas que são utilizadas pela medicina popular como abortivas durante a gravidez precoce e indesejada. Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a percepção das gestantes sobre o uso de plantas medicinais com propriedades tóxicas nas Estratégias Saúde da Família (ESF), de Lagoa Seca-PB. O presente trabalho foi desenvolvido seguindo uma metodologia do tipo descritiva, com abordagem qualitativa e quantitativa. A coleta de dados foi realizada através de amostragem com aplicação de questionários contendo perguntas objetivas e subjetivas no período de setembro a outubro de 2013 em 40 gestantes das ESF. Das 40 gestantes entrevistadas 72% fazem uso de plantas medicinais, 33% tem o conhecimento que o uso dessas plantas pode ocasionar toxicidade ao ser humano, 22% usaram algum tipo de planta medicinal tóxica para o aborto e 33% dos abortos foi induzido. As principais plantas consideradas abortíferas, pelas gestantes, foram à cabacinha (Luffa operculata L.) com (70%), Quebra Pedra (Phyllanthus amarus P.) (47%), Boldo do Chile (Peumus boldus P.) (22%), Sene (Cassia angustifólia C.) (17%), Arnica (Arnica Montana A.) (10%), entre outras. Mesmo sem o devido conhecimento das propriedades tóxicas existentes nas plantas medicinais, as gestantes fazem uso das mesmas, uma vez que o conhecimento passado por gerações é disseminado de forma benéfica desconsiderando essas propriedades. Todavia, quando usadas de forma indiscriminada ocasiona efeitos colaterais podendo gerar sérios problemas de âmbito físico e psíquicos.