O livro didático exerce forte influência no contexto educacional brasileiro. É o recurso mais utilizado em sala de aula, muitas vezes o único. Por essa razão é importante, que a sua escolha seja realizada de forma crítica, analisando os diferentes aspectos que caracterizam a sua abordagem didática. Segundo Martins (2006), há vários anos os professores vem percebendo a importância da utilização da história da ciência no ensino de todos os níveis, mas ainda existem grandes barreiras para que a história da ciência desempenhe efetivamente o seu papel na educação básica. Entre essas limitações, destaca-se a falta de material didático adequado (textos sobre história da ciência) que possa ser utilizado no ensino e equívocos a respeito da própria natureza da história da ciência e seu uso na educação. Nesse sentido a presente pesquisa tem como objetivo diagnosticar como os livros didáticos de Química do PNLD 2012 abordam a história da ciência no Ensino de termoquímica, utilizando critérios de seleção descritos no trabalho de Santos (2006). A pesquisa utilizou como método de procedimento o analítico descritivo, de natureza qualitativa. Os livros foram analisados a partir de 4 categorias: Se os livros valorizavam a evolução das ideias para a construção do conhecimento químico; se os livros didáticos comparam as concepções prévias dos alunos, com as concepções vigentes em determinadas épocas históricas; se o livro mostra o caráter hipotético da ciência e as limitações de suas teorias e seus problemas pendentes de solução; e se o conhecimento químico é apresentado como modelo que indica o caráter transitório das ciências. Os livros avaliados foram: Química na abordagem do cotidiano dos autores Peruzzo e Canto; Química 2: Meio Ambiente, Cidadania e tecnologia de Fonseca; Ser protagonista de Lisboa; Química Cidadã de Mol e Santos e por fim o Química dos autores Mortimer e Machado. Os resultados apontam como já apresentado na literatura, que as obras dedicaram pouca importância ao contexto histórico da Ciência no ensino de Termoquímica. Houve a presença de apenas quadros com textos que relatam muito pouco a evolução histórica do conteúdo com poucas informações sobre as contribuições dos cientistas presentes nesse assunto. A única categoria presente na análise dos livros foi a categoria que descreve que o livro didático valoriza a evolução das ideias para a construção dos conhecimentos químicos. Essa característica é observada apenas nos livros: Ser protagonista de Lisboa; Química Cidadã de Mol e Santos e o Química, dos autores Mortimer e Machado. As outras categorias encontram-se ausentes na análise. Dessa forma pode-se concluir que estes livros apresentam limitações quanto à abordagem histórica do conteúdo, exigindo que o professor busque outros materiais para o planejamento das aulas de Química, afim de contribuir para que o aluno entenda a origem do conhecimento com base no contexto da termoquímica numa visão construtivista.