O advento da pós-modernidade, trouxe consigo diversas transformações que provocaram implicações diretas no processo das relações sociais e, consequentemente, no modo como as crianças percebem e internalizam o mundo. Em virtude desse fato, pais e professores são frequentemente questionados quanto a sua contribuição e influência na formação das crianças, principalmente no que se refere às relações de respeito e ao desenvolvimento de valores como a generosidade, a cooperação e a justiça. Nesse sentido, a brincadeira de faz-de-conta pode contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Infantil, na medida em que fornece subsídio para o professor refletir sobre a sua prática docente, principalmente no que se refere às relações sócio-afetivas estabelecidas com a criança, considerando o respeito e a autoridade. Dessa forma, o objetivo deste estudo é analisar as representações das crianças sobre o papel do professor, por meio das brincadeiras de faz-de-conta. Os dados foram coletados nas pré-escolas: Beatriz Hamad Gomes – Arachá; Unidade de Educação Infantil – UEI/UFCG, localizada na cidade de Campina Grande-PB, tendo como participantes crianças entre quatro e cinco anos de idade. Os resultados deste trabalho possibilitou a elaboração de quatro categorias, sendo estas: posição do professor; atividades didáticas realizadas; acompanhamento das atividades crianças e, por fim, intervenção diante do comportamento do aluno, no qual, pôde-se analisar a representação social da criança a respeito do professor. Na categoria referente à posição do professor identificou-se que as representações mais recorrentes das crianças sobre a “postura do professor”, refere-se que o mesmo encontra-se sentado na cadeira de frente para os alunos; em pé ao lado da mesa da turma e em pé de frente para as crianças. Nesse sentido, os dados demonstram que a criança ver o professor em posição de autoridade, de modo a representa-lo, hierarquicamente, acima dos alunos. Na categoria referente às atividades didáticas realizadas, pode-se identificar que a criança ao representar o professor utiliza da linguagem oral (contação de histórias, cânticos infantis, leituras de livros e poemas) em detrimento de atividades artísticas e mesmo utilização da lousa. No tocante a terceira categoria, referente ao acompanhamento das atividades das crianças, verifica-se que o “professor” se comporta de forma controladora e vigilante para com os alunos, pois, a preocupação maior deste, quando confere as atividades das crianças, é perceber se a turma realmente está fazendo o que ele propôs sem deixá-la livre para trabalhar de forma a expressar a criatividade, através de interações e de brincadeiras. A última categoria refere-se à intervenção do “professor” diante do comportamento do aluno. Após a análise dos resultados detectou-se que o olhar que as crianças de pré-escola, tecem sobre o papel do professor, em momentos de brincadeiras de faz de conta, é um olhar altamente autoritário, baseado em condições de vigilância e controle para com as tarefas realizadas, havendo um grande direcionamento quando são propostas as atividades, além de haver um nível hierárquico que coloca o professor sempre a frente do aluno.